Psicólogo de Varginha
explica porque tantas
pessoas anteciparam
decisões como compartilhar
o mesmo espaço
Em igreja, salão, ao ar livre ou só no cartório. O sonho de muitos casais teve que ser adiado em 2020 por conta da pandemia.
Como a professora de dança, Mirelle Caetano e seu noivo, Eiton Balbino (foto), que adiaram o casamento por um ano. A celebração estava marcada para o dia 5 de setembro do ano passado foi remarcada para 4 de setembro deste ano.
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“As expectativas estão boas, apesar de estarmos apreensivos devido às incertezas criadas a cada dia pela pandemia e muitas restrições do tipo. Não vamos poder ter recepção e teremos que restringir o número de convidados na cerimônia na igreja”, conta Mirelle.
Mesmo com o crescente números de casos de Covid-19, foi criada uma expectativa muito grande em 2021 e isso fez com que muitos casamentos fossem realizados nos 5 primeiros meses do ano.
Em Varginha, de acordo com o cartório de registros civil das pessoas naturais, no período entre janeiro e maio deste ano foram registrados 225 casamentos.
E só tende a aumentar.
O número é maior do que a comparação com o mesmo período dos últimos dois anos.
Casamentos em Varginha
203, em 2019
146 em 2020
225 em 2021 (até maio)
Só no civil
A Tamires e o Diego Alves estão juntos há 12 anos e decidiram se casar em maio deste ano imaginando que a pandemia teria amenizado.
Casal Tamires e Diego Alves
Mas como as medidas de segurança ficaram mais rigorosas, não foi possível realizar a cerimônia. Então resolveram se casar no civil no dia 16 e deixaram a recepção e o religioso para outubro.
“Estamos otimistas e confiantes que agora até em outubro, se Deus permitir, já estará tudo mais tranquilo em relação à pandemia e até mesmo boa parte de nossos convidados já poderão estar vacinados. Pois estamos pensando não só no nosso bem, mas no coletivo também. Não queremos colocar a vida de ninguém em risco, será um momento de alegria, e gostaríamos que todos ficassem tranquilos”.
Casar na pandemia
O psicólogo varginhense Janilton Souza acredita que “diante da pandemia, algumas pessoas que já tinham um relacionamento anteciparam algumas decisões, como a de compartilhar o mesmo espaço. Isso ocorreu em função dos fechamentos (lockdown), do trabalho que foi levado para um mesmo ambiente (home office), a queda de rendimentos financeiros e a impossibilidade de fazer eventos, como o casamento. Fundamentalmente, a pandemia impôs às relações, sejam os já casados ou aqueles que passaram a viver juntos, a quebra de um ideal de felicidade. Uma felicidade a se realizar com o evento do casamento ou a esperança de uma felicidade por vir. Diante das incertezas, viver uma relação possível se tornou mais importante que aguardar a sua formalização social via casamento. Entretanto, frente às incertezas do momento, o casamento pode se acenar como uma espécie de ‘garantia’, que para muitos têm seu lugar e importância, mas são amuletos ilusórios. Por vezes, a ilusão é maior que a vivência da relação e nada disso se sustenta. O momento para alguns é um convite à experiência e de como o casal pode se reinventar, que no fundo é o que sustenta um relacionamento.”
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