Piloto de parapente ainda não recuperou totalmente sensibilidade nas pernas após acidente em Varginha

Em março de 2019, o piloto de paraglider Marcelo Pontes sofreu um acidente em Varginha causado por linha chilena enquanto sobrevoava o Bairro Novo Tempo.
Marcelo saiu às 17h para voar e fazer filmagens do jogo do Atlético Mineiro no Melão. Não havia vento naquele dia. O jogo começava às 18h.
Como o estádio estava vazio, Marcelo decidiu sobrevoar a cidade para esperar o estádio lotar e fazer suas filmagens.
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Às 17h40 Marcelo decidiu voltar ao Melão. Ele estava no Bairro Novo Tempo quando avistou uma pipa preta. A pipa usava linha chilena, que começou a cortas os cabos do paramotor.
Marcelo conta que o aparelho tem 22 cabos feitos do mesmo material usado em coletes a prova de balas e carros blindados. Um material feito para aguentar até 70 kg. Sobraram apenas dois cabos.
Marcelo então começou a cair em queda livre. Uma queda de aproximadamente 50 metros.
Ao chegar no chão ele não sentia o movimento das pernas, se sentiu um pouco zonzo, mas não desmaiou. As pessoas rapidamente se aglomeram para poder ver o que havia acontecido. O Corpo de Bombeiros chegou logo em seguida.
Uma amiga sua que também estava no local o ajudou a guardar seu equipamento e objetos pessoais. Ele sentia muitas dores na coluna e foi transportado em uma ambulância ao Hospital Regional.
Marcelo teve de ser operado em Alfenas, onde fez 4 cirurgias na coluna e ficou internado por 5 meses. Os movimentos de suas pernas voltaram com o tempo. Ele tem sequelas desse acidente até hoje. Não sente os joelhos, tem algumas dificuldades no esfíncter e não consegue mais correr.
Marcelo elogia a operação policial feita após seu acidente. E conta que a polícia conseguiu identificar um possível suspeito. Ele acredita que o suspeito deve ir a júri popular em breve por tentativa de homicídio.

“Isso tem que acabar, [A linha chilena] é de uma violência, de uma agressividade sem tamanho. Eu vi pessoalmente como ela cortou meus equipamentos. Ela é violentíssima. Ela é igual uma faca bem afiada”, disse Marcelo em entrevista para o BlogdoMadeira. Apesar das sequelas, Marcelo está melhor e já voltou a realizar voos em seu paramotor.
Alguns animais também são vítimas de cortes de cerol como urubus, gaviões e corujas. O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) informa que as aves de médio porte como pombas e passarinhos quando sofrem lesão e raramente conseguem sobreviver.
Lei Municipal
De acordo com a Lei Municipal nº 5.753 de 2013, fica proibida a venda de linha cortante composta por cola e vidro moído (cerol) e/ou linha chilena, linha com mistura de cola e pó de quartzo e óxido de alumínio, em quaisquer estabelecimentos, comerciais ou não, do Município de Varginha.
O descumprimento da lei resulta em pagamento de multa mínima no valor de R$ 100,00 e máxima de R$ 1.000,00.
Na hipótese de ser criança ou adolescente, na primeira infração, não haverá a incidência da multa. O menor deve ser encaminhado ao Conselho Tutelar acompanhado de um responsável para receber orientações.
Ainda de acordo com a lei, havendo reincidência por parte do infrator criança ou adolescente, este se sujeita à multa citada anteriormente, devendo os pais ou representantes legais arcarem com o pagamento da referida multa.
Guarda Civil Municipal realiza operação contra cerol e linha chilena na cidade





A GCMV (Guarda Civil Municipal de Varginha) iniciou no mês de maio uma operação contra o comércio e a utilização de linha chilena e linha com cerol. A prática é crime e o autor poderá ser conduzido à Delegacia de Polícia Civil em caso de flagrante. Se o autor for menor de idade será encaminhado com o responsável legal ao Depol.
Conforme a lei municipal é proibido o uso de pipas e papagaios com linha cortante (cerol ou chilena). É proibido também o comércio desses produtos em áreas públicas e comuns em todo o território de Varginha.
Já nos primeiros dias de operação, as equipes da GCMV depararam com vários flagrantes de descumprimento da lei. Todas as carretilhas e materiais com linha chilena e cerol foram recolhidos em bairros como Carvalhos, Imperial, San Marino, Jardim Estrela e Alto dos Pinheiros.
Segundo os agentes da GCMV, uma prática comum neste tipo de ocorrência que dificulta que a lei seja cumprida integralmente é que ao avistarem a viatura, os infratores abandonam os materiais e fogem. A Guarda, porém, apreende anualmente uma grande quantidade de linhas cortantes e respectivos materiais.
A operação segue intensa com rondas por toda a cidade.
Palestras
A Guarda Civil, por meio do Centro de Formação e Treinamento, também trabalha preventivamente para evitar o uso de cerol e linha chilena, abordando o tema em palestras realizadas em escolas da rede municipal.
O trabalho de conscientização apresenta fotos e vídeos alertando os estudantes sobre os riscos desta prática e mostrando como uma “brincadeira” pode se tornar fatal para ciclistas, motociclistas e pássaros.
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