
Por Ana Maria

O Sindicato Empresarial de Hospedagem e Alimentação de Varginha – SEHAV, preocupado com o impacto econômico do novo Decreto Municipal de Varginha, sob o nº 10.207, publicado no dia 13 de janeiro de 2.020, realizou uma pesquisa para avaliar os danos causados nesta última semana, foram entrevistadas 48 empresários ou gestores do seguimento de restaurantes, bares, pizzarias, lanchonetes e cervejarias.
O setor de alimentação fora do lar foi um dos mais duramente atingidos pela pandemia do coronavírus entre todos os setores da economia do país, e está entre aquelas atividades que enfrentam os maiores obstáculos na retomada. Segundo a pesquisa, 86% dos negócios estão faturando menos do que antes. “Uma realidade mais dramática se comparada às demais atividades econômicas”, afirmou André Yuki, presidente do sindicato. O levantamento aponta ainda que as empresas de alimentação fora do lar demitiram proporcionalmente mais de 12% do que os demais setores (9%).
O levantamento, realizado entre os dias 17 e 19 de janeiro, revelou que 82,86% tiveram perda de faturamento, sendo que 54,28% dos entrevistados tiveram uma queda superior a 40% na primeira semana do Decreto Municipal, uma situação dramática, em algumas empresas estão faturando menos da metade do que registravam antes do decreto. Referente ao quadro de funcionários, 32 % mantiveram as vagas intactas, 68% reduziram o quadro de funcionários de alguma forma, com demissões ou redução de freelancer. Além disso, 20% dos estabelecimentos oferecem música ao vivo como atração, sendo que 90% acabaram de suspender o serviço devido a restrição de horário até às 22 horas, “medida necessária para evitar mais prejuízos, pois o pagamento do cachê dos músicos geralmente é pela quantidade de “couverts” ou ingressos da noite”, explicou o presidente.
Ainda de acordo com o levantamento, 86% dos negócios está faturando menos do que antes do início da crise, sendo que 68,57% das empresas possuem alguma pendência financeira em atraso, sendo a maior os tributos com 45,71% , financiamentos bancários (34,29%), locação de imóveis (17,14%), fornecedores (14,29%) e 5,71% apontam salários de funcionários em atraso.
Para André Yuki, “o nível de endividamento, a dificuldade de faturamento e de acesso a crédito são as principais dificuldades dos empresários, o setor de alimentação e da hotelaria precisará Av. Rio Branco, 288 – B – Centro – Varginha – MG – CEP.: 37.002-010 – TEL.: (35) 3214.5134 www. sehav.com.br– contato@ sehav.com.br de apoio diferenciado, em caso do município um refiz para que o CPF ou CNPJ não seja negativado ou fique com restrições, motivo principal apresentado pelas instituições financeiras para não aprovação de algum empréstimo e descontos ou isenção no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pelo município nestes próximos anos”, enfatizou.
O estudo mostrou ainda, em caso de um lockdown – fechamento do comercio não essencial, 89% dos empresários confirmam alta dificuldade e 12% uma grande probabilidade de fechar o negócio de vez.
Yuki conclui que “o setor não suporta mais sansões, a recuperação econômica do setor será lenta e difícil, o apelo nosso que todos colaborem com as medidas de segurança contra o Covid19 até que a vacina seja disponibilizada para a grande maioria da população. A utilização de máscaras, distanciamento social e higiene frequente das mãos continua sendo a melhor forma de prevenção”, completou.
Outros números da pesquisa:
Ainda que o segmento de entregas de comida por aplicativo tenha tido um aumento significativo de demanda durante o isolamento social, em Varginha apenas 80% dos bares e restaurantes oferecem este meio de serviço de delivery ou take away.
Crédito segue sendo um gargalo. A taxa de insucesso em empréstimos se manteve, mas com grandes variações pelos tipos de estabelecimento. Na média do setor, apenas 20% das empresas que buscaram crédito conseguiram, efetivamente, obter os recursos desde o início da pandemia.
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