Na tarde desta quinta-feira (15), o CSul recebeu a visita do presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4º Região – CREFITO-4, Anderson Luís Coelho. Motivo da reunião foi a luta que os Conselhos de Saúde estão travando contra o Ensino a Distância (EAD) na área da saúde.
Objetivo é alertar a sociedade sobre os perigos dos profissionais formados a distância, trazendo em pauta o “extrapolamento” das instituições de ensino na questão do EAD.
A formação do fisioterapeuta requer o desenvolvimento de habilidades que exigem a troca de experiências presencial. O Ensino a Distância ou Semipresencial, em qualquer percentual, acarreta prejuízos à formação acadêmica.
As instituições de ensino não podem agir motivadas somente por fatores econômicos e usar as tecnologias como um fim, desviando-se do seu propósito: a educação. Por isso, o CREFITO-4 posiciona-se veementemente contra o ensino a distância ou semipresencial na área da Saúde e apoia o PL 5414 / 2016, que estabelece limites para esta prática.
Segundo Anderson, os cursos de graduação dos profissionais da Saúde exigem o desenvolvimento de habilidades técnicas, mas também de qualidades humanísticas e biopsicossociais, como a empatia e o cuidado com o outro, o que demanda aprendizado presencial, que se dá pela observação da postura profissional dos professores e a troca de experiências entre pares, por longos períodos.
Portanto, a liberação de recursos de tecnologia remota (modalidades Ensino a Distância e Semipresencial), em qualquer percentual que substitua as aulas presenciais, poderá acarretar prejuízos à formação acadêmica.
Mesmo reconhecendo a aplicabilidade dessas tecnologias em países como Finlândia, Suíça, Alemanha ou outros paises da Europa ou da América do Norte, o Brasil não foi submetido aos mesmos testes que lá foram realizados e que o perfil do egresso do ensino médio daqui está longe de chegar ao mesmo nível desses países. Portanto, chega a ser leviano acreditar que essas tecnologias terão o mesmo efeito em ambientes sociais tão distintos.
O pleno desenvolvimento do aluno da graduação em Saúde depende, essencialmente, das relações sociais presenciais entre alunos, professores, comunidade e pacientes. Isso se deve à característica das próprias profissões.
As instituições de ensino superior não devem usar as tecnologias de informação como um fim em si mesmas ou agirem motivadas por fatores estritamente econômicos, desviando-se do seu propósito precípuo – a educação -, especialmente nos cursos de graduação na área de Saúde, sob risco de ratificar modalidades de ensino desumanizadoras.
Sobre o presidente do CREFITO-4
Anderson égraduado em Fisioterapia pela Universidade Vale do Rio Verde (UNINCOR); mestrado em Educação pela UNINCOR; especializado em Reabilitação Interdisciplinar do Idoso pela CIAPE e em Auditoria em Saúde pela Fundação UNIMED; docente no curso de Fisioterapia da UNIVÁS em Pouso Alegre (licenciado), onde também foi coordenador do curso; presidente do Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região (CREFITO-4); membro da Comissão de Especialistas em Educação e Desenvolvimento Científico em Fisioterapia do COFFITO/MEC e docente no curso de Fisioterapia da Faculdade Pitágoras em Belo Horizonte.
Redação CSul / Fotos: Iago Almeida
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