O Centro de Oncologia do Hospital Bom Pastor, em Varginha, cancelou o atendimento de novos casos de tratamento de câncer para pacientes de outros municípios. Segundo a administração, o motivo é uma dívida do Governo do Estado.
A decisão de cancelar o atendimento aos novos pacientes de câncer foi da direção hospital. “Foi uma decisão muito dura para nós. Nós que conhecemos e temos um centro de excelência, até pela tradição. Nossos pacientes jamais migram daqui”, afirma o presidente da Fundação Hospitalar de Varginha e secretário municipal da Administração Luiz Fernando Alfredo.
Por mês, o hospital Bom Pastor recebia 1250 pacientes, sendo que a capacidade é para atender 980. O custo operacional, que deveria ficar em cerca de R$ 1 milhão, passava de um R$ 1,2 milhão ao mês.
“Você tem o mesmo custo fixo para manter aquele centro, mas não tem a receita compatível para equilibrá-lo”, diz Alfredo.
O Centro de Oncologia atende pacientes de vários municípios vizinhos. Para o médico coordenador do centro, a suspensão também é uma medida para manter a qualidade dos atendimentos. “Se você admite uma quantidade excessiva de pacientes, você vai prejudicar o tratamento daqueles que estão atualmente fazendo quimioterapia, radio ou até mesmo cirurgia, porque vai faltar remédio, vai faltar vaga no bloco cirúrgico. É uma cadeia muito complexa”, diz Rodrigo Maganha.
A avaliação médica que determina o tipo de tratamento que o paciente precisa fazer pode demorar até 150 dias. Com isso a direção do hospital acredita que vai criar uma longa fila de espera. E não são todos os pacientes que podem esperar por todo esse tempo. A recomendação do ministério da saúde é de no máximo 60 dias.
“Pode não dar tempo da pessoa nem chegar aqui aos nossos cuidados. Ou então, quando ela chega, ela chega em um estado muito debilitado, e isso compromete muito o tratamento”, completa Maganha.
Ainda segundo o presidente da Fundação Hospitalar, o atendimento aos pacientes de Varginha será garantido com verba do município.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que está previsto para os próximos dias o acerto de parte do valor devido aos municípios e que, havendo o repasse do recurso, não há justificativa para a paralisação do atendimento.
Fonte: EPTV
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