Taxa cobrada para destinação de lixo industrial causa polêmica em Varginha



G1 Sul de Minas


Donos de caçambas reclamam de taxa cobrada para dar destinação a lixo industrial em Varginha (Foto: Reprodução EPTV)
Donos reclamam do valor, que teria que ser repassado a consumidores; Aterro sanitário começou a funcionar neste sábado (1º).
Taxa cobrada para destinação de lixo industrial causa polêmica em Varginha

O aterro sanitário foi inaugurado neste sábado (1º) em Varginha. Com a desativação do lixão na cidade, donos de empresas de caçamba precisam dar um novo destino ao lixo industrial e restos de construções, mas o novo procedimento já está virando polêmica. Os empresários reclamam do preço praticado pela única empresa autorizada pela prefeitura e dizem que terão que repassar o custo para os consumidores.

Com a inauguração do aterro sanitário, todo o entulho das construções, que era despejado no lixão, terá que ser levado para um local apropriado e credenciado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente. A determinação está numa lei municipal de 2013 que fala sobre a gestão de resíduos sólidos de construção civil. No artigo sexto, parágrafo único, fica claro que o destino deverá ser empresas, instituições, cooperativas ou associações licenciadas.

Em Varginha, uma única empresa está licenciada para receber os resíduos. Os donos também trabalham com caçambas de entulho. Todo o material é processado e reciclado para voltar ao setor de construção civil, mas para receber o material recolhido pelas outras seis empresas de caçambas da cidade, eles vão cobrar uma taxa, que deverá ser de R$ 50 por caçamba.

“É o valor proposto, a princípio, ele foi estudado em cima da questão da triagem, do material, de todo o destino desse resíduo volumoso que vem junto na caçamba, o resíduo da construção”, explica José Rodrigo Souza, dono da empresa.

O caçambeiro Ilvio Claret Chagas Júnior afirma que essa taxa tornará o serviço inviável. Júnior diz que há dois anos tenta legalizar uma empresa para tratar os resíduos e que os equipamentos já foram até comprados, mas não consegue as licenças necessárias. “No preço atual, ficaria muito caro o custo pra atividade, o que acarretaria um custo muito alto pra população.”

Segundo o secretário de Meio Ambiente de Varginha, desde 2013 as empresas já sabiam que resíduos só poderiam ser levados para locais apropriados. “Só manifestar agora, no final da história, ou seja, a hora que já vai fechar o lixão, na hora que nós vamos realmente colocar o aterro sanitário pra funcionar, é no mínimo, realmente, surpresa pra mim. Quer dizer que tem que se adequar agora, realmente”, rebate Joadylson Barra.

Um grupo de caçambeiros afirma que uma cooperativa já foi criada na cidade, mas eles aguardam a doação de um terreno pela prefeitura, o que ajudaria nessa exigência. “Já existe o maquinário pra ser montado nessa cooperativa, mas a gente está dependendo só da área pra montar essa usina. Mas só que foi negada essa área pela Secretaria de Meio Ambiente”, afirma Rodrigo Marque.

O secretário afirma que foram apresentadas duas opções para o grupo. “Uma, ou eles entregavam todos a empresa já licenciada, ou eles arrumariam um terreno deles próprio onde uma equipe da minha secretaria iria lá fazer essa vistoria e autorizar para que eles colocassem nesse terreno. A prefeitura não vai fazer e nem tem terreno pra fazer doação pra poder jogar esse entulho fora.”

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