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Enquanto alguns torcedores aplaudiram e tiraram foto com goleiro Bruno no CT do Boa Esporte, nesta terça-feira, o clima no centro da cidade de Varginha foi de revolta e indignação. Um grupo de cerca de 30 mulheres da Frente Feminista Popular da cidade realizou protesto contra a contratação do goleiro, acusado de participar do assassinado de Eliza Samudio, em 2010. As mulheres que participaram da ação estavam vestidas de preto, com camisetas, calças ou vestidos, e usando tinta vermelha nas mãos, simbolizando manchas de sangue. O protesto foi silencioso, sem gritos ou palavras de ordem, e durou cerca de quarenta minutos. As manifestações foram através de cartazes. A convocação foi feita pelas redes sociais como um ato de repúdio, mas a chuva que caiu no município mineiro fez com que poucas pessoas pudessem participar.
Segundo reportagem da “Agência Estado”, as líderes do movimento não quiseram dar entrevistas depois que foram ameaçadas na internet por criticarem a contratação de Bruno e os casos de violência contra a mulher. Durante o evento, todas usaram máscaras e se deitaram no chão.
“Nós recusamos a ideia da vida de mulheres serem banalizadas novamente em nome de dinheiro”, disse um trecho da convocação na internet. Além disso, um dos cartazes apresentados no protesto estava com a seguinte frase: “Não é uma ‘Boa’ contratar por jogada de marketing”, fazendo um trocadilho com o nome do clube, Boa Esporte.
Indignação
Em toda convocação do ato por parte do grupo feminista, o assassinado de Eliza Samudio foi lembrado. “A vida de Eliza foi tirada por causa da recusa à pensão e agora é usada e diminuída novamente em torno dessa questão. Todos os ex-presos deveriam ser ressocializados e ter direito a um trabalho. Isso não acontece na realidade, nós sabemos a estigmatização que os presos sofrem. A questão aqui não é ressocialização, é de como a vida de uma mulher sempre é deixado de lado em comparação com outras questões”, dizia o comunicado no Facebook.
“Convocamos o ato contra a contratação, contra a facilidade que é para um time e seus patrocinadores terem suas imagens ligadas ao feminícidio. Um feminicida não pode continuar tendo uma vida aclamada pela mídia. Bruno deixou de ser apenas um goleiro, sua imagem e sua fama carregam a prontidão de se aliviar violência de gênero, a facilidade de esquecer a vida de uma mulher em detrimento do trabalho em um esporte reconhecido. A carreira de um jogador de futebol não pode ser mais importante que a vida de uma mulher”, finalizaram as mulheres.
Fonte: IG esportes
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