Inadimplência já preocupa novo presidente do Conselho Diretor do Samu Sul de Minas




O recém-eleito presidente do Conselho Diretor do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Sul de Minas, Rodrigo Aparecido Lopes, assume com pelo menos duas pautas importantes seu mandato para o biênio 2017/2018. Uma das preocupações é a inadimplência de municípios que já beira os 50%. E a outra, aumentar as bases para melhorar o atendimento em algumas regiões.

Considerado o maior do país, o Samu do Sul de Minas é mantido pelo Governo de Minas (50%), Governo Federal (25%) e municípios integrantes (25%). Qualquer desequilíbrio pode afetar o funcionamento e prejudicar milhares de pessoas.

Para sensibilizar o Governo Federal para mais recursos, uma das metas de Rodrigo Lopes é trazer o Ministro da Saúde para a região. Afinal, o Samu do Sul de Minas é referência no país pelo número de cidades e pela população atendida.

Em entrevista exclusiva ao Gazeta de Varginha, o presidente do Cissul e também prefeito de Andradas, Rodrigo Lopes, mostrou preocupação com o número de municípios inadimplentes com o sistema. De 152 cidades no sistema, prefeitos de apenas 80 puderam votar na eleição que o elegeu. Ou seja, prefeitos de 72 cidades não puderam votar por estarem em atraso com as contribuições.

Outra preocupação de Rodrigo é melhorar o serviço prestado à população. Em algumas regiões, o tempo de atendimento não é o adequado. De acordo com um relatório apresentado pela gestão anterior é necessário mais oito bases. Os locais não estão definidos porque envolve custos elevados.



Abaixo, trecho da entrevista concedida com exclusividade ao Gazeta de Varginha:

No seu discurso de posse o sr. disse que precisa aumentar as bases do Samu do Sul de Minas. Como está a situação?

Dentro do levantamento da estrutura hoje cujo relatório nós recebemos da gestão anterior, é que algumas cidades e regiões estão tendo tempo/resposta maior do que o previsto que seria de no máximo 30 minutos da unidade básica, e até 40 minutos na USA que vai fazer a transferência, vai com médico, tudo o mais. Então temos cerca de oito bases que deve ser proposto a ampliação.

Essa ampliação não é tão simples porque não depende simplesmente de uma vontade do presidente ou do Conselho Diretor. Ela exige uma pactuação porque como o Consórcio é tripartite, tem de ter a participação do estado, da união e dos municípios. Então temos que pactuar com o estado e com a união porque é um aumento do custeio que vai acontecer. Então o primeiro desafio que teremos na assembleia do dia 27 é fazer o levantamento disso, o novo Conselho dos Secretários de Saúde (são eles que pactuam) vai ser constituído agora em fevereiro, então vamos depender dessas pactuações para que isso se torne realidade. É um trabalho um pouco longo mas temos de começar. É compromisso dos deputados que estiveram na posse nos ajudar a trazer o ministro da Saúde aqui. Nós vamos cobrar isso porque o nosso Samu é uma referência pelo seu tamanho e queremos que o ministro conheça as nossas dificuldades e mostrar essa sensibilidade aí de estar nos ajudando.



Onde seriam essas novas bases?

Ainda não nos foi passado especificamente o estudo orientando o local. Tem as regiões mas o local o estudo técnico é que vai determinar. Essa escolha não vai ser política, e sim técnico. E ver as regiões, as cidades estão num ponto estratégico, e por isso não quero antecipar aqui porque a gente não quer criar uma expectativa e depois o estudo técnico pode ser que ele aponte para outra cidade.



Prefeito, e as finanças do Samu?

Isso. No dia 28 de dezembro foi publicado o nosso reconhecimento pelo Ministério da Saúde. Até então o Governo do Estado estava pagando 50% de sua parte mais 25% que seria de responsabilidade da União. Antes o Governo de Minas quis por o Samu em funcionamento, o que foi interessante porque antecipou atendimento, então ele assumiu essa responsabilidade. A partir de agora o Estado entra com 50%, o Governo Federal com 25%, e os municípios com os outros 25%.

Essa questão financeira hoje está bastante equilibrada, nós temos aí toda a questão do concurso, agora no dia 29, vamos ver as decisões e tudo o mais e hoje nós temos recursos suficientes para arcar com estas decisões.

O grande investimento do Samu hoje é em pessoal porque ele trabalha com prestação de serviço, que requer que se tenha esses profissionais qualificados, treinados e remunerados. O pagamento está em dia e vamos administrar para que isso permaneça desta maneira.



O que se comenta é que os diversos adiamentos se deveu ao salário dos médicos que seria considerado muito baixo. Isso foi equalizado?

Sim. Foram mais de quatro mil inscritos, para todas as funções. Na função de médicos são mais de 400 candidatos para pouco mais de cem vagas. O adiamento se deu em razão do Ministério Público ter feito algumas pontuações então eles entenderam por bem o adiamento para que todas as determinações do MPMG fossem atendidas. Pelo que percebemos a fundação que vai realizar o concurso parece ser bastante idônea, vamos acompanhar de perto, vamos ser bastante rigorosos, principalmente nos exames práticos porque é fundamental que o técnico, o médico e o condutor que venha trabalhar ele tenha bastante técnica para atender a demanda do Samu. Porque aqui a gente lida com vidas e qualquer desvio pode significar a vida ou a morte de uma pessoa.



Todos os municípios estão em dia com suas obrigações no Consórcio?

Nós tivemos um problema sério aí. São 152 municípios dos quais apenas 80 tiveram condições de voto na eleição. Porquê tinham alguma pendência, alguma inadimplência e a grande maioria não depende dos prefeitos que assumiram em 1º de janeiro. Temos débitos até vultosos de alguns municípios, nós vamos propor o parcelamento na condição que o prefeito que está assumindo agora ele pague uma parcela atual e uma atrasada. Se não cumprirem a gente tem os mecanismos jurídicos para estar executando. Mas o serviço está sendo prestado, até porque exige recursos federal e estadual. Nada mais justo que todos paguem em dia até porque é um serviço de extrema necessidade e é injusto com quem paga em dia. Vamos ser muito rigorosos com isso.



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