A Cooxupé (Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé), maior do mundo, vendeu mais internamente em 2016 com o arábica sendo utilizado como substitutivo do conilon pela indústria do grão no país. Com isso, os números recordes de exportação registrados em 2015 não devem se repetir. Apesar disso, o presidente da cooperativa, Carlos Paulino, faz um balanço positivo do ano que se passou, com os produtores garantindo boa renda, mas acredita que em 2017 a produção deve voltar a decepcionar depois de uma safra recorde.
“O ano de 2016 foi bom para a Cooxupé, atingimos praticamente todas as metas, tanto em exportação quanto em recebimento dos nossos cooperados. O preço do café está baixo no momento, mas registrou patamares interessantes ao longo de todo o ano passado”, explica Carlos Paulino. O recebimento dos cooperados e não cooperados da Cooxupé em 2016 foi de cerca de 17 milhões de sacas de 60 kg.
Os dados de exportação da cooperativa relativos ao ano de 2016 ainda não foram fechados, mas devem apresentar queda em relação ao recorde registrado em 2015 de 4,6 milhões de sacas. “No ano, a exportação foi um pouco menor por conta da forte demanda interna. Estimo que o volume exportado e vendido no Brasil pela Cooxupé fique na casa de 6 milhões de sacas, ele ainda não foi fechado. O café conilon teve sérios problemas. Exportamos menos, mas vendemos mais internamente”, explica Paulino.
Por conta da crise no conilon, a indústria brasileira de café precisou utilizar alguns tipos de arábica como substitutivo. Porém, a indústria de solúvel não tem alternativa. Essa situação gerou uma queda de braço entre a indústria e o setor produtivo do país, pois a indústria pede a importação dos grãos. A situação deve voltar a ser discutida na segunda quinzena deste mês após uma avaliação minuciosa dos estoques brasileiros pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
Para 2017, a Cooxupé estima queda na produção de café do Brasil e alerta o produtor para as oscilações de preço. “Estamos prevendo uma safra menor neste ano por conta da bienalidade baixa das lavouras na maioria das regiões produtoras de café arábica. O conilon também não se recuperou das perdas recentes, então em 2017 esse problema de desabastecimento será ainda maior”, pondera Paulino. A produção na área de abrangência da cooperativa em 2016 foi de 20 milhões de sacas.
Segundo a Conab, o Brasil fechou o ano de 2016 com produção recorde de café, foram 51,37 milhões de sacas entre arábica e conilon, variedade brasileira do robusta. O café arábica teve produção total de 43,38 milhões sacas. Esse resultado demonstra um crescimento de 35,4% em relação à safra anterior e se justifica pelo aumento de 46 mil hectares da área em produção, incluindo a incorporação de novas áreas que se encontravam em formação e renovação, além das condições climáticas mais favoráveis.
Fonte: Notícias Agrícolas
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