Confirmado: Renato Teixeira se apresenta em Varginha


Confirmado: Renato Teixeira se apresenta em Varginha



Depois do sucesso do show 40 anos de João Bosco no Theatro Municipal Capitólio, agora é a vez do cantor Renato Teixeira. O músico e compositor se apresenta dia 11 de fevereiro de 2017, também no Capitólio, dentro do Projeto Na Rota da Boa Música. Renato apresenta os grandes sucessos de sua carreira, como Romaria, Frete, Tocando em Frente, Amanheceu, entre outros, numa apresentação caipira e original. Um dos mestres da música sertaneja agita o público com suas clássicas cantorias que já são conhecidas por todos, além dos hits da música folk e a caipira nacional que complementam o repertório.

O projeto
O show é uma realização da empreendedora varginhense Claudia Guimarães, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, produção da Plural Cultura e Entretenimento de BH, patrocínio da Claro, parcerias de mídia W outdoor e Rádio Itatiaia Sul de Minas.

SERVIÇO:

Show: Renato Teixeira e Banda
Data: 11/02/2017 – sábado – 21h00
Local: Theatro Capitólio – Varginha (MG)
Valores dos ingressos: R$ 50,00 (inteira) / R$ 25,00 (meia entrada) – Vendas a partir do dia 26/12/2016
Ponto de venda de ingressos, em Varginha: Pré-Fest@ Ingressos – Rua Dona Zica, 46 – Vila Pinto. Telefone: (35) 3015.1211.
Venda de ingressos on line: www.centraldoseventos.com.br (será acrescida taxa de conveniência da operadora de ingressos, caso a compra seja feita pelo site)
Informações, via WhatsApp: (35) 98403.4989 (produção) / (35) 99918.2222 (Pré-Fest@ Ingressos)
Classificação Etária: Livre
Doação de livros infanto-juvenis: Convidamos o espectador a doar um livro, que deve ser entregue na entrada do Theatro Capitólio, no(s) dia(s) do(s) show(s). Ao final do projeto, estes livros serão catalogados e entregues a uma biblioteca pública da região do Sul de Minas.






O artista
RENATO TEIXEIRA, O FINO ESTILISTA DO BRASIL CAIPIRA
Dentro do universo musical do vasto Brasil sertanejo, Renato Teixeira de Oliveira se mantém em cena como um dos mais finos estilistas de uma parte do país que ainda coserva orgulhosa e genuinamente caipira. Um Brasil interiorano, rústico do qual Teixeira tem sido um dos mais perfeitos tradutores com sua música de sotaque folk, enrai- zada nas tradições orais e sonoras do povo brasileiro. Aos 70 anos, festejados em 20 de maio deste ano (2015), o artistapaulista tem sua obra completa da gravadora RCA reunida nesta caixa produzida pela Sony Music – herdeira do acervo da RCA-Victor com edições remasterizadas dos cinco álbuns gravados e lançadospelo cantor e compositor entre 1978 e 1982. Três são inéditos no formato de CD. As inclusões de uma música inédita (“Murro n’água”) e de gravações raras como: (“Minha triste casa grande”e “Terumi”) adicionam valor documental a este lançamento que contém o suprassumo do cancioneiro deste toadeiro caiçara, nascido emSantos (SP), mas criado entre Ubatuba (SP) e Taubaté (SP), cidades aonde passou a infância e a adolescência, respectivamente. O título do primeiro álbum, Romaria, identifica Renato Teixeira de imediato no imaginário musical do povo brasileiro. “Romaria”é a pungente canção sobre o retirante desassossegado, mas cheiode fé em Nossa Senhora da Aparecida, a quem roga “paz nos desaventos”. Lançada em 1977 na voz emblemática da cantora gaúcha Elis Regina (1945 – 1982), com retumbante sucesso nacional, a gravação original de “Romaria”iluminou a figura de Teixeira e fez andar o trem de sua vida profissional. Contudo, a carreira de Renato Teixeira começara oficialmente em 1967, dez anos antes da explosão de “Romaria” na voz de Elis. Naquele ano de 1967, já radicado na cidade São Paulo (SP), Renato fez chegar às mãos do ator paulistano Renato Consorte (1924 – 2009) uma fita com suas primeiras músicas. Enturmado no meio da televisão (principal plataforma para a projeção de cantores e compositores iniciantes na segunda metade da década de 60), Consorte fez por sua vez a fita chegar até o produtor musical paulistano Walter Silva (1933 – 2009), que tinha livre trânsito no meio musical. Por intermédio de Walter Silva, o então desconhecido Renato Teixeira teve sua música “Dadá Maria” inscrita e aprovada no III Festival de Música Popular Brasileira, produzido e exibido pela TV Record naquele ano de 1967. Defendida por Silvio César e Gal Costa na com- petição musical, “Dadá Maria” não chegou à final do festival, mas deua Teixeira a oportunidade de fazer sua primeira gravação profissional. Ao lado da também novata Gal Costa, o compositor registrou sua “Dadá Maria” em LP que trouxe as músicas daquele festival disputado
por Caetano Veloso (“Alegria, alegria”), Chico Buarque (“Roda Viva”),Edu Lobo (“Ponteio”, parceria com o poeta José Carlos Capinam) e Gilberto Gil (“Domingo no parque”), nomes então emergentes que se tornariam grandes após o histórico festival. Ainda no embalo da projeção obtida como compositor no festival da TV Record, Renato Teixeira teve parceria sua com Chico Maranhão,“Bandeira branca”, gravada pela cantora paulistana Márcia em compacto de 1968. Detalhe: o próprio Renato participou da gravação.Em 1969, o artista lançaria seu primeiro álbum, Maranhão e Rento Teixeira, pelo selo O Jogral. A rigor, foi um meio álbum, já que o LP, sem efetiva distribuição comercial, foi dividido irmãmente com o parceiro Chico Maranhão. A seis músicas de Teixeira foram alocadas no lado B. Algumas dessas músicas foram rebobinadas noprimeiro álbum solo do artista, Álbum de família, lançado em 1971 pelo selo Discos Marcus Pereira e reeditado em 1978 no rastro do sucesso de “Romaria”. Os discos se sucederam, sem grande repercussão. Em 1973, Paisagem despejou em LP distribuído via Sinter/Phonogram, mais uma fornada de canções autorais de Renatoo Teixeira. Contudo, como a música ainda não lhe garantia o sustento, o artista vivia de seu trabalho no meio publicitário, no qual criou jingles enraizados na memória nacional com o que compôs para uma marca de drops. Em 1974, já profundamente identificado com a música caipira pro- duzida nos interiores do Brasil, Renato Teixeira participou de um dos quatro volumes do disco Música Popular do Centro e Sudeste, projeto fonográfico de cunho sociológico orquestrado pelo publicitário Marcus Pereira para mapear a música produzida no Brasil fora dos esquemas mercadológicos. Ainda nos anos 70, dentro dessa linha, Renato fun- dou – com o parceiro Sérgio Mineiro –o Grupo Água, integrado pelos músicos Dudu Portes (percussão), Márcio Muniz (flauta, clarinete e charango) e Rodolfo Grani (baixo). Foi através do Grupo Água que Renato Teixeira aprofundou suas noções de música caipira brasileira, pesquisando uma linguagem sonora contemporânea para o gênero. E foi o Grupo Água que acompanhou Elis Regina na histórica gravação de “Romaria” feita para o álbum Elis, de 1977. A partir dali, o resto foi história, recon- tada nesta caixa que embala os cinco álbuns de Renato Teixeira na RCA em formato de mini-LP com a reprodução completa do material gráfico da edições originais. Os discos foram remasterizados a partir das fitas másters originais. Os cinco álbuns embalados na cai- xa –Romaria (1978), Amora (1979), Garapa (1980), Uma doce canção (1981) e Um brasileiro errante (1982) – captam Renato Teixeira em grande fase criativa.
Além da música que lhe dá título, um dos maiores clássicos do cancioneiro caipira nacional, o álbum Romaria destacou “Sentimento eu fico”, música violeira que dialoga com o universo da canção popular sentimental e que também ganhou a voz dasempre atenta Elis Regina. Já “Arraial” é exemplo do talento do compositor para traduzir em música as modas e os costumes de umBrasil rural. Mas seria redutor enquadrar a música de Renato Teixeira no rótulo “caipira”. Música propagada na voz da cantora Marília Barbosa na trilha sonora nacional de Dancin’ days, novela-blockcuster exibida pela TV Globo em 1978, a canção “Antes que aconteça”demo- liu a porteira com poesia e tom urbanos que captaram com precisão a paranoia de tempos claustrofóbicos em que o Brasil vivia amordaçadopela ditadura instaurada em 1964. “Antes que aconteça” pode ser ouvida na voz do compositor em Romaria, disco produzido por José Brochi sob a direção artística de Osmar Zan. Segundo álbum de Renato Teixeira na gravadora RCA, lançado em 1979, Amora também tem ligação com a novela da TV Globo. A canção- titulo “Amora” foi um dos temas principais da trilha sonora da trama rural de Cabocla, novela exibida pela emissora naquele ano de 1979. Amora tem um mesmo um tom de romantismo caboclo que se afinava com os amores do Brasil rural. Produzido por Luiz Roberto Oliveira, sob a direção artística de Omar Zan, o álbum Amora ostenta produção mais rica do que a de seu antecessor Romaria. Cordas e metais dão tom orquestral ao repertório, que apresentou músicas de clima violeiro como “Cavalo bravo”, “Mato dentro”e “Sina de violeiro”. A atual reedição de Amora acrescenta três faixas às 10 músicas do álbum original. “Minha triste casa grande” é o lado B do compacto lançado em 1979 pela RCA com “Cavalo bravo” no lado A. Já “Murro n’água” é inédita sobra das sessões de gravação. Já a terceira faixa- bônus é “Frete”, conhecido tema composto por Renato Teixeira especialmente para a abertura e a trilha sonora do seriado Carga pesada, cuja primeira temporada foi exibida pela TV Globo naquele ano de 1979. Garapa, terceiro álbum de Renato Teixeira na vitoriosa fase do artista na RCA, é disco que obteve menor visibilidade comercial do que seus dois antecessores. Lançado em 1980, não chegou a emplacar um sucesso nas paradas e a deixar uma canção para a posteridade, embora sua música-título “Garapa” e a faixa “Vida Malvada” tenham sido incluídas posteriormente em algumas coletâneas do artista. Por isso mesmo, é um título raro de ser encontrado. Nunca reeditado no formato de CD, Garapa abre com bela música, “Iluminação”, que dá o tom mais solene do início disco. Mas, “Amor divino” restaura o tempo de delicadeza que pauta boa parte do cancioneiro do artista. O repertório é essencialmente autoral, como de hábito na discografia do artista, mas abre espaço para abordagem de “Rio Abaixo”, música
de Geraldo Rocca e Paulo Simões. Em sua primeira reedição em CD, Garapa inclui valiosa faixa-bônus, “Terumi”, canção bem ao estilo de “Amora”. Música que somente seria incluída na discografia oficial do cantador no álbum Renato Teixeira, editado em 1986 pela extinta gravador 3M, “Terumi” aparece na caixa em sua rara gravação original. Quarto álbum na ordem cronológica da caixa, lançado originalmente em 1981 e até então inédito no formato CD. Uma doce canção destacou no repertório a música “Amizade Sincera”. Um dos títulos mais conhecidos do cancioneiro autoral de Teixeira, a composição “Amizade Sincera”batizou inclusive recente projeto feito pelo artista em dupla com o amigo Sérgio Reis. Reproduzida no disco destacaixa, a gravação original de “Amizade Sincera” foi feita por Teixeira com a participação do cantor, compositor e sanfoneiro Dominguinhos (1941 – 2013), parceiro de Teixeira em outra faixa do álbum, “Pássaro humano”. Contudo, na época do lançamento disco, a faixa promovida pela gravadora RCA nas rádios foi “O maior mistério” pelo fato de a canção ter sido incluída na trilha sonora da novela O amor é nosso, exibida pela TV Globo EM 1981. Álbum que encerrou em 1982 a marcante passagem de Renato Tei- xeira pela gravadora RCA, Um brasileiro errante– disco também até então inédito no formato CD – reiterou os cânones da coerente obra caipira do compositor, embora já se observe um tom mais ur- bano no arranjo de músicas como “Tutu com torresmo”, primeira das dez faixas do disco. Fora da RCA, Renato Teixeira migrou para selos independentes e fez discos em parceria com a dupla Pena Branca & Xavantinho, com o cantor e compositor Xangai e, mais recentemente, com Sérgio Reis. Volta e meia, o artista também grava projetos ao vivo de caráter retrospectivo em cujos repertórios sobressaem as músicas registradas originalmente nestes discos que captam o artista no augeda criação de uma música folk que abarca os sentimentos do Brasil caipira. Em suma, embora também possa soar urbano, o cancioneiro de Renato Teixeira é a requintada trilha sonora de um Brasil que insiste em ser sertanejo.

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