Indústria mantém queda, mas dá sinais de recuperação no Sul de Minas Gerais






O desempenho da atividade industrial no Sul de Minas começou a dar sinais de que pode melhorar nos próximos meses. Segundo levantamento divulgado pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), a queda nos níveis de faturamento, produção, horas trabalhadas e massa salarial ainda é acentuada, mas apresenta uma leve recuperação após nove meses de quedas consecutivas. O levantamento reflete o período que vai de janeiro a setembro deste ano.

“A gente não pode falar em recuperação ainda, mas, principalmente, pelos dados de faturamento, a gente percebe que, no acumulado, há uma redução cada vez menor. Não há uma recuperação, mas está piorando menos”, explica a analista de estudos econômicos da Fiemg, Daniela Araújo Costa Muniz. “Há uma desaceleração na queda, o que não deixa de ser bom”, avalia.

A Fiemg não divulga quantas empresas foram ouvidas para compor o levantamento nem faz comparativo entre cidades. Mas o resultado consolidado dá uma dimensão de como a segunda maior economia dentro do Produto Interno Bruto (PIB) de Minas Gerais tem se comportado diante do atual cenário de recessão.

O relatório apresenta percentuais de faturamento, horas trabalhadas, nível de emprego, utilização da capacidade instalada da fábrica e massa salarial (que considera valores ganhos com salários, direitos e benefícios trabalhistas, como 13º, horas extras e abonos). Por ele, é possível observar que o setor de alimentos apresentou uma pequena reação no mês de setembro e que o emprego voltou a ficar positivo nos setores de produtos minerais e máquinas e equipamentos elétricos.

“A queda atingiu a indústria de transformação de modo geral, mas o setor de alimentos apresentou tendência a desacelerar menos. É preciso considerar que esse é um setor de bens essenciais, o que em parte explica esse desempenho. Quando há períodos de crise econômica, as pessoas costumam deixar de comprar outras coisas para comprar alimentos”, observa a analista.

Os dados do terceiro trimestre de 2016 mostram que a retração no faturamento no setor de alimentos foi de 14,5% entre janeiro e setembro, comparando-se com o mesmo período de 2015. O segmento de massas e biscoitos foi o que mais pesou no resultado. No entanto, houve aumento na utilização da capacidade instalada (UCI) das fábricas durante o mesmo período (de +6%) e, no comparativo entre setembro e agosto, as vendas cresceram 5,4%- são esses fatores que, de acordo com a Fiemg, podem indicar alguma reação econômica em meio a meses de perdas.

Fonte: G1 Sul de Minas

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