Sem receber, Acamar pede cesta-básicas para familiares de associados em Lavras




Na sede da Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Lavras (Acamar), o clima é de insatisfação e insegurança. O fator desencadeador é o atraso dos repasses da Prefeitura de Lavras resultante da prestação de serviço de coleta seletiva do lixo no município.

Segundo a Acamar, a dívida referente à prestação de serviços entre maio e outubro passa de R$ 172 mil. Sem os recursos garantidos por meio do contrato, a situação acertou diretamente a vida das 40 famílias de associados da entidade. Fundada há 18 anos, a Acamar é responsável pela coleta, triagem e prensagem do material reciclado do município.

Os valores repassados pelo Executivo são usados para o pagamento de contas de luz, água, telefone, funcionários, combustível e outros gastos, mas com a ausência deles, os associados precisaram arcar com os custos da entidade. Com isso, a renda obtida com reciclagem sofreu um corte de 50%. Desde então muitos associados foram obrigados a conviver com o aumento de suas dividas pessoais.

A entidade pressionou os vereadores da Câmara Municipal de Lavras para que ajudassem a selar um acordo com a Prefeitura de Lavras para o pagamento de parte da dívida. O impasse foi resolvido entre as partes, ficando o Executivo responsável por repassar R$ 100 mil para Acamar, sendo que aquele posteriormente seria reembolsado pelo Legislativo, mas a proposta não vingou.

Segundo o representante da Acamar, Paulo Vitor Gonçalves Francisco, que é ligado ao Movimento Nacional de Catadores, o dialogo com a prefeitura tornou-se infrutífero. “O acordo era que eles nos pagassem R$ 125 mil, nos até aceitamos os R$ 100 mil. Nosso interesse era quitar a dívidas com os credores”. Ele disse que várias reuniões foram feitas com os secretários de Fazenda, Planejamento e Gestão e Meio Ambiente para sanar a questão, mas nada foi feito.

Para chamar a atenção do problema, a categoria fez uma paralisação na sexta-feira, dia 25, deixando de recolher seis toneladas de lixo reciclável no município. Eles também enviaram um ofício ao Supermercado GF para pedir 40 cestas-básicas para os associados em situação financeira vulnerável. O grupo também solicitou um empréstimo de R$ 10 mil à Rede Sul, movimento ligado à empresa Danone, para ajudar no pagamento de dívidas da entidade, com pagamento feito através de parcelamento pela Acamar.



Gravidade

Paulo Vitor criticou o fato do prefeito Silas Costa Pereira ter usado o dinheiro de repatriação do Governo Federal, no valor de 1.557.771,68 milhão, para pagar a empresa que faz a coleta de lixo urbano na cidade ao invés de utilizar o montante para o seu devido fim, o pagamento do 13º salário da folha dos servidores municipais.

“Somos uma empresa sem fins lucrativos, que presta um serviço à comunidade de Lavras. É um valor muito pequeno, o que falta é boa vontade da prefeitura. As famílias querem passar um final de ano bacana, com uma mesa farta. Temos sido tratados com desprezo. A gente fez de tudo para o carro andar, mas chegamos no nosso limite”, disse Paulo Vitor.

Fonte: Lavras 24 Horas

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