Reunidos nesta quarta-feira (16) na Associação Médica de Varginha, os médicos que atendem o Hospital Regional do Sul de Minas decidiram parar a partir desta sexta-feira. Isto porque não recebem honorários desde maio, segundo o representante do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MG, Adrian Nogueira Bueno.
Essa medida vale por 15 dias. Se a situação não for solucionada nesse período, os médicos prometem para de vez os atendimentos. “Se isso acontecer o hospital fecha as portas”, garante Adrian Nogueira.
Além de reclamarem pelo não recebimento de honorários, médicos presentes denunciam falta de material básico, como medicamentos e material de limpeza. Os plantonistas reclamam que não recebem há dois meses. Mesmo assim a maternidade, UTI e obstetrícia funcionam normalmente. O Corpo Clínico do Regional é composto por cerca de 350 médicos.
Enquanto perdurar a paralisação, apenas atendimentos de urgência e emergência continuam. E neste caso, o trabalho será voluntário, ou seja, os médicos fazem o atendimento e não assinam a Autorização de Internação Hospitalar – AIH. Se eles não recebem pelo que produzem, o hospital também não. Essa medida seria uma espécie de alerta ao Conselho Diretor do HRSM.
Médicos presentes à reunião explicaram que o hospital continua recebendo normalmente do Governo Federal, mensalmente, os valores das AIHs, portanto, com o honorário médico incluído. O que está ocorrendo é que a parte que seria da categoria não está sendo repassada a eles.
A preocupação da categoria ao convocar a imprensa é deixar claro que não há a intenção de prejudicar a população, disse Adrian Nogueira.
A crise
Os médicos presentes à assembleia explicaram aos jornalistas que a dívida total do Regional gira em torno de 25,5 milhões. Aos médicos, 600 mil.
Tudo “estava nos trilhos” até o atual Conselho Diretor assumir o HRSM, disse um médico. “Todos os meses nos era apresentado as contas, tudo muito transparente”, na gestão anterior. Esse mesmo profissional acredita que do dinheiro que o SUS repassa mensalmente, que seriam os honorários médicos está sendo usado para pagar os funcionários. Isto porque o Governo de Minas não tem repassado a verba de sua parte.
Á imprensa, os médicos denunciaram ainda a situação atual do hospital, onde faltam materiais básicos. E há dívida com os fornecedores.
Uma médica disse que na semana passada quase não foi possível realizar uma cirurgia de urgência porque não tinha sabão para lavar o chão. Também falta material. Contou um médico que num domingo teve de comprar lanches para os plantonistas com seu dinheiro.
“Como está é impossível trabalhar”, alertam os médicos. E há o problema dos médicos que não moram em Varginha e que também não estão podendo realizar suas cirurgias. Ninguém quer fazer plantão.
Cópias da ata da assembleia realizada nesta quarta-feira, serão entregues ao Ministério Público, Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e ao Conselho Diretor do Hospital Regional do Sul de Minas.
Há dois dias, o Jornal Gazeta de Varginha vem tentando contato com membros do Conselho Diretor do HRSM. Ao jornalista, Marcus Madeira (Blogdomadeira), a diretora Paula Andréia disse que nesta sexta-feira busca solução para o problema em Belo Horizonte.
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