Uma proposta feita aos médicos do Hospital Regional do Sul de Minas na tarde desta sexta-feira (18) pelo Conselho Diretor deve encerrar a greve. Há o compromisso de pagar parte da dívida ainda esta semana, e, principalmente, a promessa de não atrasar mais a produção dos médicos.
Uma certeza. Tanto a presidente do Conselho Diretor do Regional, Paula Andréa Direne Ribeiro, quanto o diretor Geral, Aniel Pereira Braga Filho, são unânimes em afirmar que o hospital é deficitário. E sem a ajuda da Prefeitura de Varginha muitos transtornos ainda hão de vir.
Para pagar o 13º salário dos funcionários, o Conselho pretende recorrer à Câmara Municipal de Varginha. A ideia é que pelo menos R$ 1.500.000,00 da verba devolvida todo ano ao Executivo seja encaminhado ao Regional.
No início da tarde desta sexta-feira, membros do Conselho Diretor do Hospital Regional do Sul do Sul de Minas se reuniram com a imprensa para explicar como pretendem sanar as finanças do HRSM.
“A reunião em Belo Horizonte foi muito produtiva. Tivemos reunião na Secretaria de Estado de Governo com os técnicos da Saúde. Foi praticamente o dia todo e nós conseguimos verba de BH. Foi junto com o Secretário de Governo, Odair Cunha, e a deputada Geisa Teixeira. Então nós vamos conseguir hoje fazer aqueles pagamentos. Ás 15h30 vamos fazer reunião com o Sindicato dos Médicos, dr. Adrian, e com o diretor clínico do Hospital Regional, dr. Frederico para passar a proposta e a gente espera que a greve hoje chegue ao fim e o hospital possa continuar com suas atividades normais”, disse Paula Andréa.
A proposta
“Hoje vamos pagar o plantão que está atrasado, venceu no dia 20 do mês passado, a produção de AIH do mês de maio e vamos também pagar os convênios de janeiro, fevereiro e março”, explicou a presidente do Conselho Diretor.
Paula confirma que “os convênios estão atrasados desde janeiro e as AIHs desde maio”.
Caso os médicos aceitem a proposta, segundo Paula “a partir de dezembro não vamos mais atrasar AIH. E a partir de fevereiro vamos pagar o relativo do mês corrente e um mês atrasado. Esta é a proposta que vamos fazer ao sindicato”.
Explicou o diretor Geral, Aniel Pereira Braga, que o Regional é deficitário em aproximadamente R$ 1milhão por mês. O hospital gera de receita certa de R$ 3.250.000,00 por mês e recebe de repasse em torno de R$ 2.250.000,00.
“Hospital não é de partido, é da população”, disse Aniel ao informar que a ajuda do Município vem diminuindo.
Segundo o diretor, o HRSM é um dos maiores da região, com 125 leitos, 20 leitos de UTI adulto, 10 leitos de UTI neonatal. A despesa de uma Unidade de Terapia Intensiva hoje é de R$ 775,00 por dia e o SUS paga apenas R$ 478,00/dia.
Aniel Pereira Braga destacou que o atual Conselho Diretor assumiu em junho e encontraram dívidas atrasadas de janeiro. E que o repasse de R$ 100 mil que o Executivo se comprometeu a repassar ao hospital para o funcionamento de 10 leitos de UTI, até que o convênio fosse assinado não está sendo feito.
Quanto à paralisação dos médicos, Paula Andréa disse que ficou surpresa com a atitude dos profissionais.
“Nós fomos pego de surpresa. Saúde Pública a pessoa não espera. A pessoa fica doente e tem de ter o tratamento. Aquí no hospital nós temos serviços importantíssimos. Nós somos referência em neurologia, cardiologia, UTI neonatal, maternidade. Seria um caos para a cidade de Varginha tanto quanto para a região. Somos referência em 54 cidades. Eu queria deixar claro que 80% dos pacientes são de Varginha. Então para a cidade de Varginha é muito difícil, muito triste essa greve dos médicos”.
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