Varginhense é convocada para os Jogos Paralímpicos Rio 2016








A varginhense disputa sua segunda Paralímpiada (Foto: Divulgação )

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) anunciou, nesta terça-feira (19.7), no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro, em São Paulo, a delegação completa para os Jogos Paralímpicos Rio 2016, que começam daqui a 50 dias. Ao todo, 278 atletas (181 homens e 97 mulheres) competirão no Rio de Janeiro entre os dias 7 e 18 de setembro. Esse número representa a maior delegação brasileira da história em Paralimpíadas. A boa notícia é que a varginhense Janaina Petit, atleta da Seleção Brasileira de Vôlei Sentado está entre os convocados.

Pela primeira vez na história, o país terá representantes em todas as 22 modalidades que compõem o programa dos Jogos Paralímpicos. Ao todo, serão 181 homens e 97 mulheres com a tarefa de atingir a meta de ficar entre os cinco melhores no quadro geral de medalhas. O objetivo foi estabelecido após a sétima posição nos Jogos de Londres-2012 (21 medalhas de ouro, 14 de prata e oito de bronze – 43 no total).

Janaina esteve na primeira vez em que uma seleção feminina de vôlei sentado disputou uma Paralímpiada, em 2012, em Londres. Na ocasião, a Seleção Brasileira ficou na 5ª colocação, Janaina foi a segunda maior pontuadora da competição, agora a varginhense tem a oportunidade de disputar os Jogos Paralímpicos no Brasil.

É um orgulho para a cidade ter uma representante nos jogos. Parabéns Janaína, sucesso sempre!



Sobre a atleta

Janaína Petit começou a jogar vôlei com 14 anos, em Varginha, e logo foi convocada para integrar a seleção brasileira infantil e, mais tarde, passou para a categoria juvenil. O talento projetou Janaína e ela foi convidada para representar o Esporte Clube Pinheiros. Aos 17 anos, mudou-se para São Paulo e começou uma nova fase de sua promissora carreira, interrompida por um acidente que comprometeu os movimentos de sua perna.

Parecia um dia comum, sem muitas surpresas. Em plenos 18 anos e com uma vontade imensa de conquistar seu espaço no mercado desportivo, Jana, como é carinhosamente chamada pelos amigos, estava a caminho do clube paulista Pinheiros para mais uma manhã de treinos, quando foi atropelada por um ônibus.

Foram dois longos meses de internação, várias cirurgias e anos de uma frustração sem fim. Devido ao acidente, ela sofreu grande perda de massa muscular e teve que fazer enxertia quase completa em uma das pernas. Mesmo após o período de recuperação, ela não conseguiu readquirir a resistência suficiente para voltar às quadras do vôlei tradicional efetivamente.

- Depois que sofri o acidente, tentei jogar em pé novamente, mas comecei a ter muita ruptura de ligamento. A última, inclusive, foi nos dois joelhos de uma só vez. Por isso resolvi parar de vez – contou Janaina.

Foi então que ela decidiu esquecer o mundo dos esportes e voltou para Varginha. Aqui, ela estudou, casou-se e começou a trabalhar na área de edificações. Mas quem nasceu com o dom de ser atleta, nunca deixa de ser, independente das limitações. Petit estava prestes a iniciar a faculdade de Engenharia Civil quando, em 2006, começou a ser sondada pela comissão da seleção feminina de vôlei sentado.

- Eles iriam disputar o Mundial da Holanda e eu não fazia ideia de como jogava, sempre tive muito resistência, não queria de jeito nenhum. Recusei algumas vezes, falava que queria estudar e nunca mais mexer com vôlei na minha vida – relembrou.
Três anos depois os contatos passaram a ser mais frequentes e foi um representante do clube de Suzano, interior de São Paulo, que a convidou para conhecer o esporte e como era a estrutura. Em um treino sem compromisso, ela ficou por duas semanas, disputou o Brasileiro e nunca mais parou.

Janaina permaneceu em Suzano e depois contratada pelo Sesi. Pouco depois, foi convocada pela seleção brasileira, tornou-se capitã do grupo, é considerada uma dos paratletas de maior destaque do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

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