Sul de Minas em café natural mais caro do mundo
G1 Sul de Minas

Sebastião e uma amostra do café produzido em Cristina: Não há dinheiro que pague a satisfação (Foto: Lucas Soares/G1)
Quilo de café mineiro premiado em concurso vale R$ 593 no exterior
Pacote de 250g é vendido por U$ 40; na cotação desta terça, R$ 148,44.
Mantiqueira investe em produção de café natural melhor avaliado no mundo.
É do alto da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais, a uma altitude de cerca de 1,5 mil metros, que vem o café natural mais caro do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, o café produzido pelo produtor Sebastião Afonso da Silva, do município de Cristina (MG), foi escolhido o melhor em 2015 pelos jurados do concurso "Cup of Excellence", alcançando uma pontuação de 94,47. Em 2014, quando também levou o título, o produtor conseguiu a maior nota já obtida em concursos para um café natural em todo o mundo: 95,18, em uma escala que vai até 100.
Apenas uma saca de 60 quilos desse café premiado chegou a ser vendida a R$ 9,8 mil para a Starbucks, dos Estados Unidos, a maior rede de cafeterias do mundo. A façanha foi tamanha que representantes da empresa fizeram questão de viajar até o Sul de Minas para entregar ao produtor uma embalagem de 250 gramas do café, que estava sendo vendido ao preço de 40 dólares nos Estados Unidos - na cotação desta terça-feira (15), R$ 148,44. "Eles marcaram o lugar e desceram de jatinho só para me entregar", recorda com orgulho o produtor.
E não para por aí. Todo o lote premiado, composto de 17 sacas de 60 Kg, foi vendido a US$ 48,5 mil, o equivalente a R$ 145 mil. O quilo do café premiado rendeu R$ 142 ao produtor, enquanto o quilo de um café comum, tipo 6, bebida dura, rende R$ 8 conforme a última cotação. A valorização foi quase 18 vezes maior em relação ao mercado convencional.
A altitude, o clima e o solo favoráveis fazem com que a região da Mantiqueira consiga ter destaque na produção de cafés especiais. Atrelado a esses três fatores está o pós-colheita, que é o cuidado que o produtor precisa ter com o grão assim que ele sai do pé. Segundo Vanusia Nogueira, diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), esses são os detalhes que fazem com que a Mantiqueira de Minas tenha destaque nos concursos especiais, principalmente na categoria "Cafés Naturais".

Altitude, clima e solo favoráveis beneficiam a produção de cafés especiais na Mantiqueira (Foto: Arquivo Pessoal / Sebastião Afonso)
"Oitenta porcento do café produzido no Brasil é de café natural, é o café de terreiro, que é o concurso que o Sebastião ganhou. É o café normal que precisa de menos investimento de estrutura dentro de uma propriedade. Ele é muito bem aceito pela agricultura familiar, pelo pequeno agricultor no Brasil, que é maioria. Ele é muito mais difícil de secar. O café natural é aquele que seca com tudo e depois se tira a semente. Nos lavados, descascados, se tira toda a polpa e só a semente fica secando. O processo de secar a semente pura é muito mais rápido do que ficar com a fruta inteira esperando naturalmente a desidratação. Para isso acontecer de uma forma interessante, você precisa ter um período de umidade do ar baixa. Entre os nossos concorrentes, só o Brasil tem o período de safra seco", explica Vanusia.
A diferença que faz um café ser considerado especial em relação a um café normal, o café "commodity" está, além dos fatores naturais, no cuidado do produtor, principalmente no pós-colheita. Nesse tipo de produção, se preza a qualidade ao invés da quantidade. O cuidado com o grão impulsiona atributos que fazem o produto se tornar único.
"Os principais atributos são doçura, acidez e corpo. A doçura é uma das características que fazem o café especial brasileiro se tornar competitivo. Nenhum café especial é tão doce como brasileiro. Quanto melhor essa combinação, maior nota ele vai conseguir na degustação profissional do concurso. Um fator que fez o café do produtor Sebastião se tornar inconfundível em 2014 e 2015 foi o aroma de chocolate. E isso mostra que não foi um acidente de percurso, já que durante dois anos consecutivos, ele conseguiu manter as mesmas propriedades", completa Vanusia.
A valorização que o café do produtor de Cristina alcançou é rara, já que a maioria dos lotes de cafés especiais de concurso são vendidos em média, a cerca de R$ 2 mil a saca. No entanto, segundo especialistas, mesmo os cafés que não são premiados em concurso conseguem uma valorização cerca de 30 a 40% maior do que o que é pago por um café comum, tanto no mercado externo, quanto no interno.
Segredos de campeão
Gente simples do campo, Sebastião Afonso nunca imaginava que um dia teria o seu produto reconhecido mundialmente. Em 1995, começou a plantar arroz com os outros 14 irmãos. Mas, com o custo alto de produção e o baixo preço de venda no mercado, logo precisou procurar outra alternativa. Foi plantando um pé de café aqui, outro ali, e logo foi expandindo sua área. Hoje já possui 285 mil pés plantados em cinco propriedades, o que dá uma área de 85 hectares de café.
Há sete anos decidiu parar de plantar arroz definitivamente e começou a investir em um nicho de mercado: a produção de cafés especiais. Desde então, não parou de ganhar prêmios. O primeiro veio em 2008 e recentemente, veio o reconhecimento mundial.

Seu Sebastião e o filho Helisson: família bicampeã em concurso de cafés especiais (Foto: Lucas Soares/G1)
"Em primeiro lugar é que a gente gosta muito do que faz, gosta muito de mexer com café. Por a gente gostar, por eu gostar, por meu filho gostar, a gente dedica muito no pós-colheita, que é essencial para manter a qualidade. Não tem muito segredo não, é fazer tudo o mais perfeito que você conseguir fazer e estar sempre melhorando mais, porque perfeito ninguém é. Sempre tem alguma coisa que no ano seguinte você tenta melhorar. Estou ganhando vários concursos ai, este ano mesmo mandei 13 lotes e os 13 foram finalistas, mas isso não quer dizer que eu sei tudo não, tem muito a que melhorar ainda, temos muito a melhorar essa nota ainda", diz o produtor.
Dá uma satisfação danada né, você se sente com o dever cumprido, de você fazer pensando nisso, de conseguir uma boa qualidade e você conseguiu superar aquilo que você estava imaginando. A satisfação que eu tenho de ver a pessoa comentar que estava em outro país e viu um café seu, não tem dinheiro que pague, a satisfação é imensa."
Por causa do reconhecimento obtido nos concursos, hoje o café produzido por Sebastião Afonso na região de Cristina já é vendido para compradores de países como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Suíça e até o Japão. Para receber os "gringos" que visitam sua fazenda para conhecer melhor o produto, o produtor conta com a ajuda do filho Helisson, que ajuda o pai em todas as etapas de produção. Para negociar, eles contam com a ajuda de tradutores, já que ainda não aprenderam a falar outra língua.
"Eu tenho vontade sim de fazer um curso, de aprender, até para saber o que eles escrevem sobre a gente. Os tradutores sempre falam pra gente o que eles estão dizendo, mas a gente quer aprender", diz Helisson Afonso.
Para o produtor, saber que o café dele está sendo procurado por gente de todo o mundo, é motivo de orgulho. Mas ele diz que ainda tem muito a aprender.
Mudança de foco e aposta na qualidade
A qualidade dos cafés especiais produzidos na Mantiqueira de Minas começou a ganhar o mundo a partir do ano 2000, quando um projeto implantado na região passou a incentivar a produção especial. Na época, o mercado precisava de um diferencial. Com a mão de obra da região praticamente 100% manual e o custo de produção muito alto, era preciso uma forma de se agregar valor para conseguir uma remuneração melhor para o produtor e os trabalhadores. Com o início do projeto e a participação nos primeiros concursos de qualidade, a região começou a ganhar visibilidade.
"Por causa dos cafés especiais, os compradores começaram a voltar os olhares para a Mantiqueira, saber que a região tinha um café de qualidade. O concurso mostrava isso para o mundo e abriu portas. Nisso começou o processo de exportação na região", conta o trader da Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), Wellington Carlos Pereira.
Hoje a cooperativa de Carmo de Minas (MG) possui um setor dedicado para a exportação dos cafés especiais produzidos na região. A primeira exportação aconteceu em 2012, e hoje, quase quatro anos depois, a cooperativa já exporta cerca de 23 mil sacas por ano para compradores de 14 países. Uma parceria com uma empresa norte-americana garante que o café produzido na Mantiqueira fique estocado nos Estados Unidos, para atender pequenas cafeterias.
Para isso, foi montada uma estratégia especial para que aqueles produtores que não sejam classificados no concurso, mas que também produzem um café de qualidade, possam ter seu produto vendido lá fora. Uma das regras é que esses produtores possuam cafés que sejam classificados com no mímino 83 pontos, conforme os critérios internacionais de pontuação. Segundo o trader da Cocarive, hoje o produtor de café especial consegue ter uma rentabilidade pelo menos 30% maior do que um produtor comum.
"A gente consegue ter um produto de melhor qualidade para concorrer com outros exportadores no Brasil e um preço diferenciado, porque o volume desse café especial na Mantiqueira de Minas é acima da média no país em áreas de produção. A intenção é que, com essa qualidade, a gente possa mostrar melhor a cara da Mantiqueira e agregar valor, porque quanto mais fino o café, melhor a rentabilidade para o produtor", diz Pereira. Atendidas as regras, o produtor recebe um selo de indicação de procedência, com um QR Code, onde o importador consegue rastrear todas as informações de origem daquele produto.
"Hoje nós fazemos um trabalho de campo para levar a mensagem aos produtores de que existe esse diferencial. Às vezes o produtor está dentro da região e não sabe que está em uma região diferenciada. O café que se produz aqui, não se produz em nenhum lugar do mundo, só neste ambiente", diz gerente administrativa da Cocarive, Lilia Maria Dias Junqueira.
G1 Sul de Minas
Sebastião e uma amostra do café produzido em Cristina: Não há dinheiro que pague a satisfação (Foto: Lucas Soares/G1)
Quilo de café mineiro premiado em concurso vale R$ 593 no exterior
Pacote de 250g é vendido por U$ 40; na cotação desta terça, R$ 148,44.
Mantiqueira investe em produção de café natural melhor avaliado no mundo.
É do alto da Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas Gerais, a uma altitude de cerca de 1,5 mil metros, que vem o café natural mais caro do mundo. Pelo segundo ano consecutivo, o café produzido pelo produtor Sebastião Afonso da Silva, do município de Cristina (MG), foi escolhido o melhor em 2015 pelos jurados do concurso "Cup of Excellence", alcançando uma pontuação de 94,47. Em 2014, quando também levou o título, o produtor conseguiu a maior nota já obtida em concursos para um café natural em todo o mundo: 95,18, em uma escala que vai até 100.
Apenas uma saca de 60 quilos desse café premiado chegou a ser vendida a R$ 9,8 mil para a Starbucks, dos Estados Unidos, a maior rede de cafeterias do mundo. A façanha foi tamanha que representantes da empresa fizeram questão de viajar até o Sul de Minas para entregar ao produtor uma embalagem de 250 gramas do café, que estava sendo vendido ao preço de 40 dólares nos Estados Unidos - na cotação desta terça-feira (15), R$ 148,44. "Eles marcaram o lugar e desceram de jatinho só para me entregar", recorda com orgulho o produtor.
E não para por aí. Todo o lote premiado, composto de 17 sacas de 60 Kg, foi vendido a US$ 48,5 mil, o equivalente a R$ 145 mil. O quilo do café premiado rendeu R$ 142 ao produtor, enquanto o quilo de um café comum, tipo 6, bebida dura, rende R$ 8 conforme a última cotação. A valorização foi quase 18 vezes maior em relação ao mercado convencional.
A altitude, o clima e o solo favoráveis fazem com que a região da Mantiqueira consiga ter destaque na produção de cafés especiais. Atrelado a esses três fatores está o pós-colheita, que é o cuidado que o produtor precisa ter com o grão assim que ele sai do pé. Segundo Vanusia Nogueira, diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), esses são os detalhes que fazem com que a Mantiqueira de Minas tenha destaque nos concursos especiais, principalmente na categoria "Cafés Naturais".
Altitude, clima e solo favoráveis beneficiam a produção de cafés especiais na Mantiqueira (Foto: Arquivo Pessoal / Sebastião Afonso)
"Oitenta porcento do café produzido no Brasil é de café natural, é o café de terreiro, que é o concurso que o Sebastião ganhou. É o café normal que precisa de menos investimento de estrutura dentro de uma propriedade. Ele é muito bem aceito pela agricultura familiar, pelo pequeno agricultor no Brasil, que é maioria. Ele é muito mais difícil de secar. O café natural é aquele que seca com tudo e depois se tira a semente. Nos lavados, descascados, se tira toda a polpa e só a semente fica secando. O processo de secar a semente pura é muito mais rápido do que ficar com a fruta inteira esperando naturalmente a desidratação. Para isso acontecer de uma forma interessante, você precisa ter um período de umidade do ar baixa. Entre os nossos concorrentes, só o Brasil tem o período de safra seco", explica Vanusia.
A diferença que faz um café ser considerado especial em relação a um café normal, o café "commodity" está, além dos fatores naturais, no cuidado do produtor, principalmente no pós-colheita. Nesse tipo de produção, se preza a qualidade ao invés da quantidade. O cuidado com o grão impulsiona atributos que fazem o produto se tornar único.
"Os principais atributos são doçura, acidez e corpo. A doçura é uma das características que fazem o café especial brasileiro se tornar competitivo. Nenhum café especial é tão doce como brasileiro. Quanto melhor essa combinação, maior nota ele vai conseguir na degustação profissional do concurso. Um fator que fez o café do produtor Sebastião se tornar inconfundível em 2014 e 2015 foi o aroma de chocolate. E isso mostra que não foi um acidente de percurso, já que durante dois anos consecutivos, ele conseguiu manter as mesmas propriedades", completa Vanusia.
A valorização que o café do produtor de Cristina alcançou é rara, já que a maioria dos lotes de cafés especiais de concurso são vendidos em média, a cerca de R$ 2 mil a saca. No entanto, segundo especialistas, mesmo os cafés que não são premiados em concurso conseguem uma valorização cerca de 30 a 40% maior do que o que é pago por um café comum, tanto no mercado externo, quanto no interno.
Segredos de campeão
Gente simples do campo, Sebastião Afonso nunca imaginava que um dia teria o seu produto reconhecido mundialmente. Em 1995, começou a plantar arroz com os outros 14 irmãos. Mas, com o custo alto de produção e o baixo preço de venda no mercado, logo precisou procurar outra alternativa. Foi plantando um pé de café aqui, outro ali, e logo foi expandindo sua área. Hoje já possui 285 mil pés plantados em cinco propriedades, o que dá uma área de 85 hectares de café.
Há sete anos decidiu parar de plantar arroz definitivamente e começou a investir em um nicho de mercado: a produção de cafés especiais. Desde então, não parou de ganhar prêmios. O primeiro veio em 2008 e recentemente, veio o reconhecimento mundial.
Seu Sebastião e o filho Helisson: família bicampeã em concurso de cafés especiais (Foto: Lucas Soares/G1)
"Em primeiro lugar é que a gente gosta muito do que faz, gosta muito de mexer com café. Por a gente gostar, por eu gostar, por meu filho gostar, a gente dedica muito no pós-colheita, que é essencial para manter a qualidade. Não tem muito segredo não, é fazer tudo o mais perfeito que você conseguir fazer e estar sempre melhorando mais, porque perfeito ninguém é. Sempre tem alguma coisa que no ano seguinte você tenta melhorar. Estou ganhando vários concursos ai, este ano mesmo mandei 13 lotes e os 13 foram finalistas, mas isso não quer dizer que eu sei tudo não, tem muito a que melhorar ainda, temos muito a melhorar essa nota ainda", diz o produtor.
Dá uma satisfação danada né, você se sente com o dever cumprido, de você fazer pensando nisso, de conseguir uma boa qualidade e você conseguiu superar aquilo que você estava imaginando. A satisfação que eu tenho de ver a pessoa comentar que estava em outro país e viu um café seu, não tem dinheiro que pague, a satisfação é imensa."
Por causa do reconhecimento obtido nos concursos, hoje o café produzido por Sebastião Afonso na região de Cristina já é vendido para compradores de países como Estados Unidos, Alemanha, Austrália, Suíça e até o Japão. Para receber os "gringos" que visitam sua fazenda para conhecer melhor o produto, o produtor conta com a ajuda do filho Helisson, que ajuda o pai em todas as etapas de produção. Para negociar, eles contam com a ajuda de tradutores, já que ainda não aprenderam a falar outra língua.
"Eu tenho vontade sim de fazer um curso, de aprender, até para saber o que eles escrevem sobre a gente. Os tradutores sempre falam pra gente o que eles estão dizendo, mas a gente quer aprender", diz Helisson Afonso.
Para o produtor, saber que o café dele está sendo procurado por gente de todo o mundo, é motivo de orgulho. Mas ele diz que ainda tem muito a aprender.
Mudança de foco e aposta na qualidade
A qualidade dos cafés especiais produzidos na Mantiqueira de Minas começou a ganhar o mundo a partir do ano 2000, quando um projeto implantado na região passou a incentivar a produção especial. Na época, o mercado precisava de um diferencial. Com a mão de obra da região praticamente 100% manual e o custo de produção muito alto, era preciso uma forma de se agregar valor para conseguir uma remuneração melhor para o produtor e os trabalhadores. Com o início do projeto e a participação nos primeiros concursos de qualidade, a região começou a ganhar visibilidade.
"Por causa dos cafés especiais, os compradores começaram a voltar os olhares para a Mantiqueira, saber que a região tinha um café de qualidade. O concurso mostrava isso para o mundo e abriu portas. Nisso começou o processo de exportação na região", conta o trader da Cooperativa Regional dos Cafeicultores do Vale do Rio Verde (Cocarive), Wellington Carlos Pereira.
Hoje a cooperativa de Carmo de Minas (MG) possui um setor dedicado para a exportação dos cafés especiais produzidos na região. A primeira exportação aconteceu em 2012, e hoje, quase quatro anos depois, a cooperativa já exporta cerca de 23 mil sacas por ano para compradores de 14 países. Uma parceria com uma empresa norte-americana garante que o café produzido na Mantiqueira fique estocado nos Estados Unidos, para atender pequenas cafeterias.
Para isso, foi montada uma estratégia especial para que aqueles produtores que não sejam classificados no concurso, mas que também produzem um café de qualidade, possam ter seu produto vendido lá fora. Uma das regras é que esses produtores possuam cafés que sejam classificados com no mímino 83 pontos, conforme os critérios internacionais de pontuação. Segundo o trader da Cocarive, hoje o produtor de café especial consegue ter uma rentabilidade pelo menos 30% maior do que um produtor comum.
"A gente consegue ter um produto de melhor qualidade para concorrer com outros exportadores no Brasil e um preço diferenciado, porque o volume desse café especial na Mantiqueira de Minas é acima da média no país em áreas de produção. A intenção é que, com essa qualidade, a gente possa mostrar melhor a cara da Mantiqueira e agregar valor, porque quanto mais fino o café, melhor a rentabilidade para o produtor", diz Pereira. Atendidas as regras, o produtor recebe um selo de indicação de procedência, com um QR Code, onde o importador consegue rastrear todas as informações de origem daquele produto.
"Hoje nós fazemos um trabalho de campo para levar a mensagem aos produtores de que existe esse diferencial. Às vezes o produtor está dentro da região e não sabe que está em uma região diferenciada. O café que se produz aqui, não se produz em nenhum lugar do mundo, só neste ambiente", diz gerente administrativa da Cocarive, Lilia Maria Dias Junqueira.
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